Carta
dos Chefes dos Índios das Seis Nações
Texto
extraído do livro o que é educação. BRANDÃO, Carlos Rodrigues. (1995 - Pág.
8-9)
Texto:
Educação? Educações: Aprender com os Índios
“...
Nós estamos convencidos, portanto, que os senhores desejam o bem para nós e
agradecemos de todo o coração.
Mas
aqueles que são sábios reconhecem que diferentes nações têm concepções
diferentes das coisas e, sendo assim, os senhores não ficarão ofendidos ao
saber que a vossa ideia de educação não é a mesma que a nossa.
...
Muitos dos nossos bravos guerreiros foram formados nas escolas do Norte e
aprenderam toda a vossa ciência. Mas, quando eles voltaram para nós, eles eram
maus corredores, ignorantes da vida da floresta e incapazes de suportarem o
frio e a fome. Não sabiam como caçar o veado, matar o inimigo e construir uma
cabana, e falavam a nossa língua muito mal. Eles eram, portanto, totalmente
inúteis. Não serviam como guerreiros, como caçadores ou como conselheiros.
Ficamos
extremamente agradecidos pela vossa oferta e, embora não possamos aceitá-la,
para mostrar a nossa gratidão oferecemos aos nobres senhores de Virginia que
nos enviem alguns dos seus jovens, que lhes ensinaremos tudo o que sabemos e
faremos, deles, HOMENS.”
EXISTE UMA ÚNICA EDUCAÇÃO?
Comentário:
O texto nos convida a refletir sobre a pluralidade, a diversidade do conceito de “educação”. E quem nos chama a atenção é o chefe da tribo. Como a educação compreende as práticas sociais de diversos grupos, isso nos mostra a sua diversidade. Os diferentes processos educacionais existem em função da diferença entre as comunidades e a forma como cada uma funciona socialmente.
Educações: um
conjunto de processos que constituem o nosso dia a dia. Em cada experiência
cotidiana, deparamo-nos com a educação, isto é, lidamos com o ensino e o
aprendizado.
Os fragmentos da carta mostram que “não há uma forma única nem um único modelo de educação; a escola não é o único lugar onde ela acontece …”.
A
educação pode ser uma forma “de tornar comum, como saber, como ideia, como
crença, aquilo que é comunitário…”. Por meio dela, podem-se transferir, de
geração a geração, os diversos conhecimentos que caracterizam uma sociedade, a
maneira como ela interpreta a realidade, seus códigos e símbolos culturais,
suas regras e condutas etc.
“o educador imagina que serve ao saber e a
quem ensina, mas, na verdade, ele pode estar servindo a quem o constituiu
professor, a fim de usá-lo, e ao seu trabalho, para os usos escusos que ocultam
também na educação – nas suas agências, suas práticas e nas ideias que ele
professa – interesses políticos impostos sobre ela e, através de seu exercício,
à sociedade que habita”.
PODEMOS CONCLUIR:
O Programa de ensino para os índios das seis nações era o mesmo do homem branco? Por quê?
Chamamos esse programa de ensino: Currículo.
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